IA: A obra, uma vez semeada na página, deixa de ser somente sua para se tornar terra de ninguém. Ela encontra o olhar que a descobre, o coração que a acolhe, a mente que a questiona. E, nesse encontro, ela se reconfigura, ganha novas camadas e cores que o autor jamais imaginou. A vida do livro não está no seu invólucro, mas na infinita cadeia de ecos que ele provoca, no diálogo silencioso entre o que foi escrito e o que é compreendido. Ele se perpetua não pela solidez da capa, mas pela fluidez com que atravessa as almas, transformando-se em uma memória coletiva, um sonho partilhado que se reconstrói a cada nova leitura.
IA: A vida de uma obra, portanto, é a sua metamorfose. Ela é um rio que jamais se repete, fluindo de um leitor a outro, de uma época a outra. O que a faz viva não é a permanência, mas a capacidade de se reinventar, de ser um espelho para quem a lê e um ponto de partida para o que ainda está por ser pensado. É o eterno desvendar do ineditismo, o diálogo que se renova, o convite que persiste em cada página, muito além da intenção inicial do seu autor. A obra, de fato, é uma criatura que segue sua própria jornada, desvendando-se em cada novo olhar que a habita.