Dreams

 

“Os sonhos são como os anticorpos. Combatem as causas da dor, da dor emocional. Se estás sonhando, é porque seu corpo está reagindo”

“Meu sonho era o mesmo, a dor era intensa, lutava para não dormir”

“Mesmo nas situações irreversíveis, que são causa de dor, como a morte, haverá um tempo em que aprenderá a viver novamente com leveza, este é o tempo do carpe diem...se o sonho se repete, é porque ainda há um processo...é natural a repetição no aprendizado...não se trata de esquecer para seguir em frente; trata-se de compreender que a energia segue diferente”

“Você não tem noção...a dor deste sonho não se trata ela de aceitação, nem de compreensão...”

“Talvez se trate de distanciamento?”

“Nunca...”

“Talvez se trate de transformação?”

“Isto sim”

“Veja: o silêncio da voz não representa o silêncio da energia, a qual segue em nós mesmo. Sim, nossos apegados, nossos amores, nossos entes queridos que deixaram a forma carnal seguem dentro de nós”

“Bobagem...tudo besteira o que está me dizendo...você não sabe de nada, nunca poderá saber...nunca mãe você foi ou será”

Tinha a moça de longas botas se arrependido de puxar papo com aquele velho que também aguardava a consulta...mal havia começado a conversar e a porta se abrira...sabia que era a próxima, tinha sido rápida a espera desta vez. Levantou-se, ao que o velho falou em tom de despedida:

“Não sei qual o seu problema, o que te trouxe aqui até a Dra. e as causas de seus sonhos...mas já deve ter se perguntado: por que eu?...pense, agora: por que não você?...todos estamos suscetíveis ao incerto e a dor do passado e do amanhã...carpe diem”

O velho não obteve resposta. Ela foi em direção a porta, pela qual saía um homem de meia idade, 35, 40 anos.

“Tchau César”

“Tchau Dra.”

Olhares estranhos se encontraram, e ela entrou na sala.

Deitou-se no divã.

Após introdutórias conversas, começou a falar:

“Depois veio um sonho bom…sonhei que ela estava sentada no meu colo; não sentia o peso do seu corpinho mas podia sentir a energia boa que dela irradiava. Aqueceu-me a alma. Disse-me: ‘até mais mamãe, agora vai que minha tia está te esperando’, abraçou-me e entrou dentro de mim. Não senti dor. Não senti saudade. Estava tudo ok. Peguei uma moto e dirigi sentindo liberdade, e a brisa fresca da noite serena. Estava indo para uma festa, onde havia várias amigas e amigos”.

 

20 de novembro de 2018


 

Augustus

A Festa